Para o marido
Ela sem nenhum artificio já chamava a atenção. Vestida de jeans e camisete como estava, faria um homem virar a cabeça para olhá-la de novo na rua. No sofá da sala conversava e ria de maneira simples e despojada. De repente, sumiu. Continuei uma conversa interrompida com a mãe dela. Distraído como estava, fui despertado por um perfume delicioso. Vestida de preto, com o cabelo preso, maquiada e de salto alto, achei que se preparava para sair. Ao comentário de que estava linda, fez aquela expressão de quem sabe que é maravilhosa e respondeu que apenas tinha tomado banho e, por isso, trocara a roupa. Meia hora depois a explicação para a metamorfose: o marido chegou. Mais de dez anos de diferença, cabelos começando a branquear, envolveu-a, aspirou-lhe o perfume e olhou-a daquela maneira que só os que dividem a mesma cama entendem. Não desejei ser ele para tê-la em meus braços. Apenas fiquei comovido com o cuidado daquela mulher de quase 30 anos, segura de si e que sabe ser provocante e sensual sem ser vulgar.


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