Serginho Impedido pelo Coração.
Fiquei emocionado com as cenas do Zagueiro Serginho do São Caetano caido na área do São Paulo durante a partida entre os dois times, na quarta-feira, no Morumbi. Embora alguns tentem transformar o futebol em guerra, principalmente entre as torcidas, foi tocante ver o desespero dos atletas de ambas as equipes e o trabalho dos dois médicos tentando ressuscitar o jogador. Infelizmente, Serginho morreu. Segundo seus campanheiros ele sabia que sofria do coração. O goleiro do São Caetano, Silvio Luis disse que, no inicio do ano, os exames realizados em todos os jogadores, revelaram que Serginho tinha problemas cardíacos porém, a chance de algo acontecer era de 1 por cento. O placar foi 1 por cento a zero. Os dirigentes se apressaram a desqualificar as declarações do goleiro. Como sempre!
"Não se pode elogiar..."
E não é que o Day After da reunião foi de encher o saco? Eu, inocentemente acreditei que tudo tinha corrido bem. Me apareceu uma mãe para reclamar do barulho e que o povo ficava batendo papo enquanto eu falava. Confesso que não "carquei" em ninguém. Acredito firmemente que é possível conseguir muito mais abelhar com uma colherinha de açúcar do que com um caminhão de areia. Apesar das pessoas que preferem levar broncas e ser humilhadas, às vezes. Fazêroquê. Vou continuar praticando o respeito, a compreensão e a paciência. E quem não concordar, paciência.
Reunião
Até que estava boa a participação do povo na reunião da noite passada. Acho que passei todos os recados. Falei dos atrasos, das faltas da garotada, expliquei os dois eventos que vão acontecer. Um no domingo 31/10 das 3 da tarde às 9 da noite, segundo turno, meu plantão na emissora de manhã. Não foi em tom de bronca. A peça teatral apresentada pelo grupo teve toques engraçados e serviu para reflexão da influência da tv em nossos lares. Um dos rapazes se vestiu de mulher e representou muito bem uma senhora afetadíssima. O bate-boca com o diretor durante o espetáculo fazia parte do texto mas foi um pre-texto para o rapaz desfilar. Ficou parecendo a Ingrid Bergman em CASABLANCA.
Para o marido
Ela sem nenhum artificio já chamava a atenção. Vestida de jeans e camisete como estava, faria um homem virar a cabeça para olhá-la de novo na rua. No sofá da sala conversava e ria de maneira simples e despojada. De repente, sumiu. Continuei uma conversa interrompida com a mãe dela. Distraído como estava, fui despertado por um perfume delicioso. Vestida de preto, com o cabelo preso, maquiada e de salto alto, achei que se preparava para sair. Ao comentário de que estava linda, fez aquela expressão de quem sabe que é maravilhosa e respondeu que apenas tinha tomado banho e, por isso, trocara a roupa. Meia hora depois a explicação para a metamorfose: o marido chegou. Mais de dez anos de diferença, cabelos começando a branquear, envolveu-a, aspirou-lhe o perfume e olhou-a daquela maneira que só os que dividem a mesma cama entendem. Não desejei ser ele para tê-la em meus braços. Apenas fiquei comovido com o cuidado daquela mulher de quase 30 anos, segura de si e que sabe ser provocante e sensual sem ser vulgar.
Close no medo
Tudo na televisão fica muito grande. A telinha amplia o tamanho, realça as cores, destaca as tragédias coletivas e pessoais. Para fazer rir, o humor apela para os extremos: o pobre é engraçado na sua simplicidade exacerbada, o rico é sofisticado e intolerante, o gay é frívolo e está sempre caçando parceiros.
Exatamente por tudo ser grande é que comoveu demais o choro da adolescente dizendo que ia escapar. Na entrevista para a televisão, ela repetiu a frase várias vezes, talvez para convencer a si própria. Pode ser que escape do tráfico, da disputa pelo controle do tráfico na Rocinha. Dos horrores e pavores, duvido muito.
Enquanto lia seus poemas infantis, quase oração desesperada, caiu no choro apenas pela presença de viaturas policiais na rua abaixo de sua moradia. “Ai, meu Deus. Vai começar de novo” – murmurou a celebridade anônima instantânea. Close nas mãos se retorcendo. Fecha no caderno com a letra tremida de medo.
Clarões riscam o céu, os bandidos conversam pelo rádio, os policiais correm de um lado para outro. Aonde vão, nem eles sabem. A audiencia sobe no país inteiro, a policia sobe o morro, a tensão sobe. A menina desce ao inferno do medo, do abandono das autoridades, do estrelato involuntário do momento. Vai escapar?
Rotina do Amor Paulistano
Ele saia do Conjunto Nacional e descia a Augusta todos os dias pontualmente as seis da tarde. Enquanto caminhava rua abaixo, olhava atentamente as vitrines. Tanta roupa bonita! Aquela calça...Nossa, que lindo aquele sapato! Ia vestindo e calçando sua amada até chegar no ponto de encontro de ambos. Entrava no prédio, chamava o elevador e se deixava transportar até o andar onde ela o esperava ansiosamente em meio aos seus afazeres.
Quando aparecia pela fresta da porta seus sorrisos se encontravam. Entre um atendimento e outro, falavam amenidades. Terminado o expediente dela desciam rumo aos momentos a dois. Porções e cerveja no calor, cafés com chantily e capuccinos nos dias de inverno, uma visita ao supermercado elegante de produtos importados. Compravam chocolates para a filha principalmente. De mãos dadas, às vezes abraçados, atravessavam a cidade, já àquela altura com menor trânsito e mais tranquila.
Sentados lado a lado no ônibus, faziam planos. Ao saltarem em frente à padaria para pegar outro coletivo, compravam pequenas delícias. Broa de fubá para ele, doce folhado para ela. Desciam a avenida no ônibus que os levavam ao lar. Lá, a filha os recebia de olhos brilhando e com cheirinho de anjo traquinas.
Banho, jantar, aconchego. Na cama de casal, repetiam carícias, se reconheciam em beijos e palavras de amor. Tornados um só, gozavam juntos os sentimentos que os uniam. Por fim adormeciam para acordar na doce rotina do trabalho, da espera um pelo outro, encontro e a volta para o mesmo lugar, inseparáveis como sempre tinham sonhado desde que haviam se conhecido em 78.
Histórinha de Sampa
Chico Gasolina cochilava dentro de seu taxi vermelho, carinhosamente chamado por ele de Fustang quando um casal saiu de dentro da boate. De onde estava Chico percebeu que ambos discutiam. Para ele, tudo bem. Desde que começara a trabalhar na “praça” durante a noite, presenciara tanta briga de casal que já se acostumara.
Uma vez teve até que interferir porque um deles começou a se estapear no banco traseiro do carro e ele acabou levando um tabefe na orelha. Ao final da corrida, entre a Luz e o Limão, foi obrigado a meter o bedelho de novo. Os dois fizeram as pazes no caminho e carinhos intimos demais dentro do fusca. Sorriu ao recordar o episódio e voltou a atenção para o casal da calçada, no exato momento em que a mão dela cruzou o ar e acertou em cheio a cara do homem.
A mão dele desapareceu por um instante e, quando reapareceu, deu a impressão ao Chico, que dela saiam labaredas. Ainda que o taxista não fosse escolado na vida como era, os estampidos e a queda da mulher não deixariam duvidas: dois tiros haviam acertado a infeliz. Não houve tempo nem para piscar. O homem abriu a porta do taxi e entrou.
- Toca – gritou – vai!
Com a arma ainda fumegante próxima ao rosto, Chico arrancou.
- Vagabunda – rosnou o assassino.
- Para onde o senhor quer ir? – perguntou o assustado motorista.
- Rodoviária! Rápido, rapaz!
O pensamento de Chico Gasolina era só um: como escapar do passageiro armado que, certamente, iria matá-lo também.
- Nunca mais ela vai me trair – resmungou o homem- nunca mais!
Estavam próximos da rodoviária, que ainda era no bairro da Luz, quando Chico se lembrou do quartel da PM nas proximidades. O risco era grande. Era 1968, ano em que a ditadura atirava primeiro e nem perguntava depois. Ao invés de seguir em frente, virou à direita e avançou em direção ao portão. Freio de mão, cavalo-de-pau, porta aberta e Chico estava fora do fusca de mãos na cabeça e com fuzis apontados para ele.
- Tem um assassino armado dentro do carro! – gritou desesperado – Ele matou uma mulher lá na Concórdia!.
Foi um corre-corre. Dezenas de policiais tentando se proteger enquanto o assassino jogava a arma para fora do fusca e descia de mãos para o alto.
- Não se mova! Parado aí! – gritou um dos PMs.
Outros se aproximaram e algemaram o homem que se virou para Chico Gasolina e disse:
- Muito esperto, motorista. Escapou duas vezes de morrer. Pelas minhas mãos porque eu ia atirar em você assim que a gente chegasse na Rodoviária. E agora porque os PMs não passaram fogo no carro.
Menina Talentosa!
Terminei uma campanha na qual tive o prazer de trabalhar com a minha filha que está no segundo ano de Jornalismo. Encarregado dos programas de rádio do horário político, teria sido impossível conciliar meus dois empregos com a campanha. Sem contar que a pessoa responsável pela edição teve que abandonar o barco no terceiro dia. Tudo bem. A Didi foi uma agradável surpresa. Do alto dos seus 19 anos, 20 completados no primeiro de setembro, assumiu um equipamento e programa de computador que, até então só conhecia de vista e editou, montou, cortou, completou, finalizou, gravou, falou e todos os outros "ous" necessários para o programa de rádio. De quebra dividiu a locução comigo. Algumas vezes tive que ser o papai, outras o diretor dando broncas e mandando refazer. Infelizmente nosso candidato perdeu. Diferença pouca: 6 por cento apenas. Se o resultado da eleição nos chateou, o do trabalho me deixou feliz. Além de ter confirmado o talento da filhona, a danadinha ficou famosa, principalmente entre os adversários, com muito respeito.
Voltinha ao passado
Meu afilhado Paulinho, menino prodígio e metido que só, ganhou uma guitarra e um ampli. O pai (que ganha pouco) sacrificou a escada caracol que ia comprar para dar ao menino o instrumento e a caixa. A princípio fiquei achando uma loucura dele. Mas, depois de ter experimentado o palco por alguns anos, o Nei sabe bem o que representa tocar e cantar. No feriadão dei um pulo lá para conhecer a guitarra (usada) do Paulinho. Tempo nublado, chuva forte e me deu uma nostalgia. Relembrei ao lado do cunhadão algumas canções antigas, do tempo em que brincávamos de ser uma dupla: Creito e Cróvis. Ih! Lá pela metade dos anos 80 até o início dos 90. Descobri que me faz falta sentar na cozinha com a Giza, irmã da minha mulher, o Nei, depois o William (sobrinho danado e sarrista que só ele) e falar sobre família, lar e planos. Rir muito das histórias das pescarias dos homens da família e aproveitar para dizer que não me aventuro de jeito nenhum em ficar na beira do rio a noite inteira. Enfim, quando voltei para casa já passava das sete da noite, meu amor estava irritada porque tivemos um início de discussão antes de eu sair. Tudo bem. Na hora de dormir seu cheiro e seu corpo macio me despertaram e aí nos tornamos um só e eu repeti o de sempre: que a amo cada dia mais. Ela sabe e retribui maravilhosamente as juras de amro eterno.
Como montar uma religião
Pegue um trecho qualquer da bíblia e faça dele um dogma em torno do qual vai ser fundamentada a sua religião. Dá certo. Veja os Testemunhas de Jeová: não aceitam e não fazem doação de sangue de jeito nenhum, não servem o exercito e por aí vai. Os Adventistas não trabalham aos sábados porque Deus descansou no sétimo dia da semana, ou seja, sábado. Algumas radicalizam. Mulheres não usam calças compridas, não tiram pelo de nenhuma parte do corpo, não assistem televisão nem ouvem rádio (a não ser os evangélicos), não vão ao cinema, teatro, shows, exposições, em suma... Não fazem nada! E os católicos fundamentam a religião na Eucaristia. E se o marido largar da mulher não pode mais comungar. Nem ele, nem ela. Mesmo que tenha sido o macho a abandonar o ninho. Comungar é mais importante que o ser humano. Não sou ateu, nem herege. Acredito em Deus, Jesus, admiro São Francisco (rico que saiu nu de sua casa quando o pai disse a ele para não ajudar os pobres com o dinheiro da familia). Abandonou tudo para se dedicar aos miseráveis. Existem pastores fantásticos, padres maravilhosos e pais-de-santo imbuidos de sentimentos nobres. Mas, como em todos os lugares, há os pilantras e canalhas. E os fiéis é que pagam.
Templos do deus grana
Se eu fosse muito, mas muito cara de pau e safado, criaria uma Igreja para ficar rico. Uma passadinha pelos canais de TV a gente encontra programas religiosos que oferecem alivio e cura para doenças do corpo, da alma e financeiras. Tem até quem faça novelas que mostram os problemas comuns a muitos seres humanos. Pessoas às voltas com alcoolismo, adultério, dívidas, agressivas e por aí vai. Os motivos apresentados vão desde o vivente não frequentar a igreja até as macumbas feitas para separar o casal e a vida andar para trás. E as entrevistas? Induzidas e hábilmente manipuladas pelos pastores, as pessoas falam como eram e como estão agora: curadas. E o pior é que até a Igreja Católica anda pedindo dinheiro sem constrangimento. Rede Vida, Canção Nova vivem pedindo diretamente, ou, vendendo de tudo: medalhinhas milagrosas, livros, a cruz de não sei o quê, terço e outras coisas benzidas e tudo o mais. Literalmente, Deus nos livre!
Primeirão
Já consegui me livrar de boa parte das várias coisas que empatam a vida da gente. Preconceitos, superstições, julgamentos apressados... Mas, tem uma que eu continuo tendo: A Síndrome do Primeirão. Ou seja, quero ser prioridade na vida dos outros. Da minha mulher e dos meus filhos, principalmente. Fico maluco quando minha amada se ocupa com outra coisa que não seja eu. Pode parecer loucura, paranóia, sei lá. Sou assim. Estou tentando melhorar.
Campanha segundo turno na tv
Insuportável!!!!!
Os coordenadores dos dois candidatos de Sorocaba que disputam a Prefeitura estão passando do limite da campanha e já caíram no ridículo. Os ataques passaram a ser agora também contra os apresentadores dos programas. E o que é impressionante: os "gênios" que comandam as baboseiras são jornalistas e publicitários falando mal dos outros colegas profissionais que trabalham para um, ou, para outro candidato. Quanto ao conteúdo dos programas... É um tal de distorcer um fato, uma noticia, qualquer coisa que possa "parecer" que o candidato vai acabar com isso, que a cidade corre o risco de perder o que "conquistou", que o candidato é marionete do prefeito... É gente: que pena que as pessoas que desejam comandar a nossa cidade só se preocupam em conseguir o poder e mais nada.
Bagunça pouca é bobagem.
Um dia desses a dona do meu coração acordou transformada numa empresa de demolição e remoção de entulho. Fez uma limpeza no nosso ninho de amor. Moeu a estante, jogou fora os dois sofás, botou porta a fora todos os badulaques e comprou revestimento para a cozinha e banheiro. Adquiriu porta sanfonada e vai trocar o vitrô da cozinha. E eu só concordei em pagar que eu não sou maluco de dizer nada.
12 reaus é maus
Comprei uma pia de cozinha na mais nova loja de materiais para construção em Sorocaba. Na hora de passar no caixa para pagar a benedita cuja, apareceram 12 contos a mais. Estressado, cansado, sonado, esfomeado e molhado (chovia), quis saber o que era aquela grana. "Frete" disse a mocinha (gordinha). "Não fui avisado disso, querida" - sorri como se a pia tivesse caido no meu pé, de quina. Ela chamou o vendedor que foi logo dizendo - "Isquici!" Tentei resolver o problema: "Me dê a pia aqui. Vou levar, não pecisa entregar. "Vai levá deis dia pra pia chegá aqui. Na sua casa, nóis integra in dois dia" - retrucou o moço. Paguei, fui embora mas, me vinguei. Mandei uma carta para o jornal, reclamando da loja.
seleção empata
A seleção brasileira parece ser funcionária da Globo. Só ela transmite os jogos, os jogadores dão entrevistas exclusivas e o Galvão Bueno enche os "meninos" de confete. Só que o resultado não foi o esperado e aí quem explica? O pessoal procura justificar de todas as formas. Foi culpa de tudo e de todos, menos dos craques. Craque, para o Galvão e seus asseclas é qualquer jogador mediano que pedala, dá meio drible, um passe mais ou menos bom e faz 1/3 de meio gol. E o garoto está começando a carreira é tratado como o novo Pelé, o melhor de todos e se acha. Daí vira noitadas, bebe, participa de farras e, coitado, como o seu instrumento de trabalho é o corpo que ele maltrata, a qualidade começa a cair,até que ele desaparece em campo. Se continuar com um futebol razoável, vai jogar no Potaquiparistão, ou qualquer outro lugar. Afinal, precisa aparecer no mercado internacional. Tadim!